São Paulo tem programação especial no aniversário de 463 anos; confira
cultura
Publicado em 25/01/2017

No aniversário de 463 anos da cidade de São Paulo, comemorado nesta quarta-feira (25), diversos pontos da cidade têm programação especial para todas as idades, preparada para marcar a data, além das exposições já em cartaz nos museus da capital.

Conexão Cultural São Paulo

Um dos destaques é a nova edição do Conexão Cultural São Paulo, no Museu da Imagem e do Som (MIS), das 12h às 20h. “É um evento que cobre o museu todo praticamente, com exposições, arte urbana, apresentações musicais, gastronomia, food truck na área externa do museu. É um grande momento, é uma feira cultural para comemorarmos o aniversário da cidade”, disse a diretora de Museus da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Cristiane Batista Santana.

Pinacoteca

A Pinacoteca vai ter o horário de funcionamento ampliado, das 10h até as 19h, com apresentações do grupo Aqui do Bom Retiro, música boliviana, tradicionais ciganas e judaicas. "Vai ser um encontro com o bairro, para quem quiser conhecer um pouco mais da nossa história”, disse.

Ela acrescenta que a história da cidade “está sendo ressignificada com os novos movimentos migratórios, [que estão] convivendo com os movimentos já históricos e tradicionais do bairro [do Bom Retiro], como bolivianos e judeus”.

Passaporte

Os museus ligados à Secretaria de Cultura vão distribuir um passaporte que dá direito a uma visita gratuita em cada um dos museus da capital, na data em que o visitante preferir. 

Para retirar o passaporte, a pessoa precisa fazer o check-in na página do Facebook do museu onde está e apresentá-lo na bilheteria. Com isso, poderá retirar o passaporte e usá-lo nos próximos dias, nos outros museus da cidade. A quantidade de bilhetes disponível é limitada e será entregue por ordem de chegada.

“Fazendo o check in no Facebook, é só apresentar na bilheteria de cada museu e retirar uma via do Passaporte de Museus”, explicou. O passaporte é impresso e lembra um passaporte de verdade, o que faz parte da diversão: o visitante pode personalizar, colocando a foto e o nome e poderá visitar gratuitamente os museus.

O passaporte será distribuído ao longo desta quarta-feira nos seguintes locais: Casa das Rosas, Casa Guilherme de Almeida, Catavento Cultural, Memorial da Resistência, Museu Afro Brasil, Museu da Casa Brasileira, Museu da Imagem e do Som, Paço das Artes, Museu da Imigração, Museu do Futebol, Museu de Arte Sacra, Estação Pinacoteca, Pinacoteca do Estado e Museu da Diversidade Sexual.

Fora do centro

As fábricas de cultura, que ficam em bairros mais afastados do centro da cidade, também terão programação especial. A entrada é de graça. Durante o dia todo, a Fábrica de Sapopemba terá a Rádio SP tocando músicas que falam da capital.

No Parque Belém, às 15h, a história de São Paulo será apresentada por meio de comparações entre imagens antigas e fotos atuais de Gilberto Calixto, acompanhadas pela leitura de um trecho do livro A árvore que canta, o pássaro que fala e a fonte que rejuvenesce, de Maté.

Na Fábrica de Cidade Tiradentes, às 11h, os aprendizes da fábrica discutem o desenvolvimento da cidade por meio de pesquisas na internet e comparações com outras metrópoles do mundo. Na unidade de Itaim Paulista, às 11h e às 15h, a equipe da biblioteca debate a relação com a cidade e as referências cartográficas oficiais, convidando os participantes a encontrar os lugares que frequentam na capital.

Na unidade da Vila Curuçá, às 15h, o público vai viajar pela geografia da cidade, com a ajuda do personagem Charllynho, do livro A vida sem graça de Charllynho Peruca, de Gustavo Piqueira, que conta a história de um garoto que entrega lanches nas ruas de São Paulo. Todas as atividades são gratuitas e não é necessária inscrição prévia.

Memorial da Inclusão

A exposição São Paulo, terra boa!  apresenta releituras de monumentos da cidade por artistas que pintam com a boca e os pés. São 29 telas que retratam pontos simbólicos da maior cidade do país, como a Avenida Paulista, o Estádio do Pacaembu e o Mercadão Municipal. 

As obras são produzidas com óleo sobre tela, tinta acrílica sobre tela e aquarela sobre papel. A proposta da exposição é a acessibilidade. Os módulos de expositores são acessíveis, haverá leitura dos textos em português ampliado e braile e audiodescrição. “As telas não são em alto-relevo, mas as pessoas podem utilizar a audiodescrição para compreender a tela, assim todo o público pode usar a audiodescrição como audioguia”, explica a museóloga do memorial, Carla Grião.

 

A exposição foi proposta pela Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP), com sede em São Paulo. 

Pintor desde os 10 anos de idade, Gonçalo Borges, 65 anos, escolheu retratar no quadro a sede da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), um edifício da década de 1940, em estilo neoclássico, localizado no centro da cidade. “O prédio sempre foi a principal referência de São Paulo”. Paulista de Novo Horizonte, mas criado na capital, Borges usou a técnica de aquarela na tela exposta. “Faço a pintura com a boca e com os pés, mas a obra que está exposta foi feita com a boca”, disse o artista, que é membro da APBP.

A exposição pode ser visitada até o dia 23 de fevereiro, de segunda a sexta, das 10h às 17h, no Memorial da Inclusão, que fica na sede da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, na Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 564, portão 10, na Barra Funda. A entrada é gratuita.

Masp

Até então marginalizado pela história da arte oficial, Agostinho Batista de Freitas tem suas obras em cartaz no Museu de Arte de São Paulo (Masp). Elas nostram vários pontos da cidade em 74 pinturas feitas entre as décadas de 1950 e 1990, incluindo cinco telas recentemente doadas ao acervo do museu, fazendo com que, pela primeira vez, a obra do artista (1927-1997) esteja presente na coleção do Masp, corrigindo uma lacuna histórica.

 

O artista foi descoberto por Pietro Maria Bardi (1900-1999), diretor fundador do Masp, vendendo as obras na Praça dos Correios. As histórias de Batista de Freitas e do museu se misturam. Bardi introduziu o trabalho de Freitas no circuito de arte em 1952. Na época, Freitas tinha apenas 25 anos, morava no bairro do Imirim, na zona norte, e mostrava suas pinturas nas ruas.

A curadoria da exposição é de Fernando Oliva e Rodrigo Moura, curador e curador adjunto de arte brasileira do Masp. Ambos pesquisaram a obra de Freitas, localizando mais de 300 trabalhos em cerca de 50 coleções e acervos diferentes, além de raros documentos, fotografias e croquis feitos pelo artista, e agora reproduzidos no catálogo da mostra. “O aspecto singular da exposição é a própria reunião de obras de uma artista que há muito tempo não era exibido nessa escala numa instituição pública no Brasil”, disse Oliva.

As obras fazem parte de um importante eixo da direção artística do Masp, que pretende questionar os conceitos de arte erudita e popular, dedicando mostras a artistas autodidatas, frequentemente de origem humilde ou reclusos, operando fora dos circuitos tradicionais do sistema da arte.

A exposição pode ser visitada até o dia 9 de abril, no segundo subsolo do Masp (Avenida Paulista, 1578, Cerqueira César). De terça a domingo, das 10h às 18h; quinta-feira, das 10h às 20h. Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada). O Masp tem entrada gratuita às terças-feiras.

* Reportagem de Camila Boehm e Ludmilla Souza

Edição: Carolina Pimentel e Denise Griesinger
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