Após seis anos de guerra na Síria, Assad se mantém no poder
Mundo
Publicado em 16/03/2017

Seis anos depois do início do conflito na Síria, o governo de Bashar al-Assad continua no poder, graças à Rússia e ao Irã, seus principais aliados. A oposição perdeu seu reduto em Aleppo para o líder sírio e as negociações lançadas em fevereiro pela comunidade internacional em Genebra continuam bloqueadas.

Segundo o último balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, o conflito já deixou 1 milhão de feridos, 320 mil mortos e cerca de 5 milhões de refugiados e 13,5 milhões de pessoas dependentes da ajuda humanitária.

De acordo com o UNICEF, 2016 foi um ano particularmente trágico para as crianças sírias: 652 morreram, sendo que 255 delas foram assassinadas nas escolas ou perto delas. Mais de 850 também foram recrutadas para combater no conflito.

Para lembrar esse triste aniversário, a Anistia Internacional lançou uma campanha intitulada “Justiça para a Síria”, pedindo aos governos que coloquem fim à impunidade. A ONG pediu à comunidade internacional que apoiasse e financiasse as investigações sobre os crimes de guerra no país, adotada em dezembro de 2016 pelas Nações Unidas.

Apesar desse balanço trágico, Bashar al-Assad, que chegou a ser acusado de utilizar armas químicas num ataque em Damasco em 2013, segue no poder, beneficiado pelo avanço do grupo Estado Islâmico e a luta contra o terrorismo. Mas mesmo agora, com a retomada dos territórios entre a Síria e o Iraque pela coalizão internacional e as forças iraquianas, Assad descarta totalmente a ideia de deixar o poder.

Oposição e governo se encontram no Casaquistão

Paralelamente, nesta quarta-feira, uma delegação de representantes da oposição síria é esperada em Astana, a capital do Casaquistão, anunciou o ministério das Relações Exteriores do país. A oposição deve se encontrar com representantes da Rússia, Turquia e Irã. Os opositores sírios criticam os ataques russos nas áreas rebeldes e o desrespeito ao cessar-fogo pelas forças sírias.

EUA enviam soldados

Em março, as Forças Armadas americanas anunciaram o envio de centenas de soldados à Síria, um apoio aos cerca de 500 militares da administração Obama. As forças americanas apoiam  as forças democráticas sírias na luta contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico. Washington deve gerenciar um conflito entre dois aliados: as forças curdas e a Turquia, membro da OTAN, que não esconde suas intenções de participar na retomada de Raqqa. Mas a estratégia de Trump no conflito, ainda parece indefinida. Analistas se questionam se ela vai se limitar à guerra contra o grupo EI ou assumirá uma posição mais direta contra o líder Bashar al-Assad.

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