A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira, a Operação Águas Claras, que apura desvios de 40 milhões de reais em verbas destinadas à Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA). O presidente da entidade Coaracy Nunes está entre os presos. Segundo a PF, há suspeitas de que os valores públicos recebidos através de leis de incentivo ao esporte eram “mal geridos ou desviados para proveito pessoal dos investigados”.
As denúncias decorrupção partiram de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo. A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de prisão, dois de condução coercitiva – quando a pessoa é obrigada a depor – e dezesseis de busca e apreensão, todos emitidos pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Os mandados foram cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Sérgio Ribeiro, diretor financeiro da entidade, e Ricardo Cabral, coordenador técnico do polo aquático, foram outros dois presos pela Polícia Federal.
A nota da PF ressalta que, apesar de a CBDA ser uma entidade privada, ela tem convênios com o Ministério do Esporte, além de receber patrocínio estatal através dos Correios. Dessa forma, seus representantes têm a obrigação de obedecer à Lei das Licitações e, caso a quebrem, devem responder como funcionários públicos. Além desta implicação, os investigados também vão responder por peculato e associação criminosa.
A CBDA é uma entidade vinculada ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Entre os esportes que ela gere no Brasil estão natação, pólo aquático, maratonas aquáticas, saltos ornamentais e nado sincronizado. Procurada, a assessoria de imprensa da CBDA disse que Coaracy Nunes foi levado em condução coercitiva e que está surpresa com a operação, um dia após um parecer favorável à entidade. A entidade só se pronunciará após obter mais informações.