PF apreende celulares e eletrônicos na casa de ex-secretário de Paes
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Publicado em 15/08/2017

A Polícia Federal (PF) cumpriu hoje (15), em um desdobramento da Operação Ponto Final, dois mandados de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro contra o ex-deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ). Ele ocupou os cargos de secretário municipal de Assistência Social e de Ordem Pública durante a gestão do ex-prefeito Eduardo Paes.

Os agentes cumpriram as ordens judiciais na casa Bethlem, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. De acordo com a PF, foram apreendidos equipamentos de informática e telefones celulares. Os policiais estiveram também no escritório do ex-secretário, no mesmo bairro, onde foram apreendidos documentos.

Além do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, Betlhem foi levado para prestar depoimento na Superintendência de Polícia Federal no Rio de Janeiro.

A Operação Ponto Final foi deflagrada no dia 3 de julho pela PF em conjunto com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF-RJ). O objetivo era desarticular uma organização criminosa que atuava no setor de transportes urbanos do estado. A operação reuniu aproximadamente 80 policiais federais que cumpriram nove mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 30 de busca e apreensão, no Rio de Janeiro e em Florianópolis.

Habeas corpus

Ainda no âmbito da operação, o MPF contestou o pedido de soltura ou prisão domiciliar para o policial civil aposentado David Sampaio, gestor da TransExpert Vigilância e Transporte de Valores, preso em julho na Ponto Final. Sampaio foi denunciado pela força-tarefa da Operação Lava- Jato no Rio de Janeiro por lavagem de dinheiro e participação na organização criminosa do ex-governador Sérgio Cabral.

A defesa alega que Sampaio, se responder em liberdade, não colocará em risco as investigações, além de argumentar que o acusado tem residência fixa e não tentou fugir após ter sido conduzido coercitivamente a prestar depoimento, ainda no âmbito da Operação Calicute. O habeas corpus será julgado amanhã (16) pela 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2).

Para o MPF, a prisão preventiva deve ser mantida como forma de preservação da ordem pública, da aplicação da lei penal e em razão da gravidade das condutas. Na visão dos procuradores, há uma série de provas demonstrando a participação de Sampaio em recolhimento regular de propina de empresários de ônibus para políticos e outras autoridades. Além disso, o MPF apontou que a libertação dele implicaria em risco de retomada da atividade ilícita. As investigações indicaram que a TransExpert foi uma das empresas que conduziam e guardavam propinas, atuando como instituição financeira clandestina.

“Ao contrário da afirmação da defesa de a prisão ter sido decretada com base em considerações genéricas sobre a gravidade abstrata do crime de corrupção, a conclusão do juízo é coerente e compatível com as provas apresentadas”, destacaram os procuradores.

Edição: Amanda Cieglinski
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