Um dos protagonistas de uma das delações que levou à denúncia contra o presidente Michel Temer, o empresário Joesley Batista, da JBS, criticou nesta sexta-feira (15) o fim dos benefícios concedidos pelo acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
"O procurador foi muito questionado pela nossa imunidade. Um ato de covardia por parte dele, depois de tudo que fizemos, das provas que entregamos", afirmou Joesley em audiência pública em São Paulo, em referência ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. "Fui mexer com os donos do poder e estou aqui agora. Estou pagando por isso", completou.
A PGR rescindiu acordo de delação premiada de Joesley Batista e do executivo da JBS Ricardo Saud nesta quinta-feira (14), de forma que benefícios concedidos, como a imunidade penal pelos crimes denunciados, foram cancelados.
Joesley foi incluído na mesma denúncia apresentada, nesta quinta-feira (14), contra o presidente. Os dois são acusados de obstrução de Justiça e Temer também responderá por organização criminosa.
Joesley e seu irmão, Wesley Batista, foram alvos de um mandado de prisão na quarta (13) pela Operação Tendão de Aquiles, a pedido da Justiça Federal de São Paulo. A suspeita é de usar informações sigilosas da delação para lucrar no mercado de capitais. O empresário negou as acusações.
Em audiência na tarde desta sexta em São Paulo, o juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Federal, decidiu manter Joesley preso preventivamente. Ele alegou que o empresário poderia fugir do Brasil e argumentou que o caso é de grande repercussão e por isso é preciso "maior atenção que em outros casos que aconteceram".
acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ser o destinatário final de uma mala com R$ 500.000 de propina paga pela JBS ao ex-assessor do presidente, Rodrigo Rocha Loures."