Em um documentário transmitido hoje (7) pela televisão estatal Rossiya, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que seu país só usaria armas nucleares como resposta a um ataque confirmado com mísseis contra o território russo.
"Eu quero que saibam no exterior. Todos nossos planos teóricos de uso (de armamento nuclear) são de resposta. A decisão de usar armas nucleares só pode ser tomada se nossos sistemas (de radares) detectarem não apenas a decolagem de mísseis, mas se puderem prever com exatidão a trajetória dos seus voos e a hora do seu impacto no território russo", afirmou o presidente.
Faltando menos de duas semanas do pleito onde concorre à reeleição para outro mandato de seis anos, e pouco depois de apresentar ao mundo o novo arsenal de armas nucleares russas de última geração, Putin deixou claro que não vai tremer caso alguém tente aniquilar a Rússia.
"Se alguém tomar a decisão de destruir a Rússia, teremos o legítimo direito de responder", afirmou, em uma amplia entrevista incluída no documentário Ordem mundial 2018.
Ele admitiu que uma guerra nuclear seria uma catástrofe global para todo o planeta, mas se perguntou se "como cidadão da Rússia e chefe do Estado russo" valeria a pena "um mundo onde não estivesse a Rússia".
Bomba nuclear foi feita por americanos, diz Putin
Por outro lado, lembrou que a bomba nuclear foi desenvolvida pelos Estados Unidos, não pela Rússia, e que foram os americanos os primeiros, e até agora os únicos, a empregarem essa arma contra as pessoas.
"Onde estão as garantias de que não vai acontecer de novo?", questionou o líder russo.
Na semana passada, Putin surpreendeu todo o mundo ao apresentar, durante discurso sobre o estado da nação, uma série de novas armas nucleares.
O líder russo, que o próximo dia 18 deve ser reeleito presidente do país, revelou armas que até pouco tempo eram segredo, entre elas, um míssil intercontinental pesado e um míssil cruzeiro hipersônico, drones submarinos armados com foguetes nucleares e armamento laser.