O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que vai acompanhar pessoalmente as investigações para apurar a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Pedro Gomes. Segundo o ministro, os responsáveis pelo crime “bárbaro” serão encontrados e punidos a qualquer custo.
“Quero dizer ao povo carioca, aos familiares da vereadora, aos seus amigos, aqueles que ao lado dela lutavam pelos direitos de todos e de todas, que nós vamos encontrar e punir os responsáveis por este bárbaro crime. Pelo tempo que for necessário e ao custo que for necessário, mas nós vamos fazer justiça a vereadora que tombou, fruto de um bárbaro crime e que nós envidaremos todos os esforços para que isso venha acontecer”, afirmou, durante uma entrevista à imprensa no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na região central do Rio de Janeiro.
O ministro destacou que caberá à Polícia Civil liderar as investigações e as demais corporações, como agentes de outros estados e as Forças Armadas, irão participar conforme a demanda, sobretudo com a integração das inteligências.
Polícia Federal
Jungmann não descartou a possibilidade, se for necessário, do apoio da Polícia Federal. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, determinou hoje a abertura de um procedimento instrutório para a possível federalização das investigações sobre a morte da vereadora.
Jungmann disse que conversou duas vezes hoje com a procuradora, antes de chegar ao Rio. “A rigor, esta investigação já está federalizada, porque temos uma intervenção federal no estado. Estamos todos trabalhando juntos, mas se ela entende que há necessidade de deslocamento de competência, se ela entende a necessidade de participação maior do que já vem acontecendo, da Polícia Federal, obviamente que nada temos a obstaculizar", disse, acrescentando que há "confiança no trabalho que está sendo desenvolvido pela Polícia Civil”.
Intervenção federal
O ministro negou a prisão de suspeitos até o momento. Sobre possível participação de policiais nos crimes. Jungmann assegurou que tudo será apurado. “Tudo tem que ser apurado e particularmente saber quem foram os executantes, se existem mandantes e a quem eles estão relacionados e porquê”.
Jungmann disse ainda ser muito cedo e leviano dizer que o crime é uma afronta à intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro, mas reconheceu que o crime é uma tentativa de silenciar uma pessoa que vinha procurando defender a comunidade. “Não devo avançar em nenhum tipo de hipótese antes que o próprio processo de investigação, que é bem conduzido pela Polícia Civil e demais polícias e pela área de inteligência, todas elas tenham algo a apresentar”.
Por determinação do presidente Michel Temer, o ministro, que estava em Fortaleza para o anúncio do Centro Regional de Inteligência, chegou ao Rio acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, para acompanhar as investigações.
Antes da entrevista à imprensa, o ministro se reuniu com o interventor federal, general Walter Braga Netto; o chefe do gabinete de intervenção, general Mauro Sinott; o Secretário de Segurança do Rio, Richard Nunes; o chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa; e integrantes da Polícia Rodoviária Federal e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Edição: Carolina Pimentel