Enquanto a abertura do 8º Fórum Mundial da Água ocorria, hoje (19), no Palácio do Itamaraty, com a presença do presidente Michel Temer e de chefes de Estado, outras autoridades também discursaram no local oficial do evento, o Centro de Eventos Ulysses Guimarães, em Brasília.
Entre eles, o presidente honorário do Conselho Mundial da Água, Loïc Fauchon, que destacou a necessidade de proteção dos recursos hídricos e a importância de implantar os objetivos do fórum.
“Nossos recursos naturais não estão protegidos e a água é um dos recursos escassos em quantidade e em qualidade”, disse. “E nós queremos oferecer segurança hídrica para o mundo, estabelecer um equilíbrio para termos água hoje e no futuro”.
Segundo ele, o Fórum Mundial da Água, que vai até o dia 23, vem se tornando um encontro indispensável para a comunidade internacional debater sobre a sustentabilidade dos recursos hídricos.
“Nossa responsabilidade é assegurar a disponibilidade de água para todos os lugares”, disse. “O mundo está em crises, crises políticas, diplomáticas, militares e, principalmente, crises de alimentação, saneamento e ambientais, muitas delas relacionadas à escassez de água. Os desastres naturais estão se tornando cada vez mais maiores e bilhões de pessoas estão sofrendo por isso, ao passo que a urbanização está crescendo e a pobreza se espalhando. As populações estão clamando por acessos a serviços públicos básicos”, argumentou.
Para alcançar a universalização dos recursos hídricos, segundo ele, é preciso combinar as boas ideias com o desenvolvimento de tecnologias, adotar processos mais sustentáveis de uso da água, respeitando a biodiversidade e protegendo os sistemas. “É uma obrigação cívica e moral para as futuras gerações. Esse é um serviço caro e a equação da vontade política é essencial”, disse.
Fauchon explicou ainda que o sucesso do que ele chama de “boom da água” depende de três pilares: finanças, governança e tecnologia. “Precisamos de diplomacia para explorar novas fontes de água e assegurar que ela chegue aos países pobres. Compartilhar água é um conceito muito fácil de formular e difícil de cumprir”, disse ele sobre o tema do fórum: Compartilhando Água.
Participação das comunidades
Para o diretor da Itaipu Binacional, Pedro Domaniczky, os grandes atores nas ações de desenvolvimento sustentável não são apenas os governos, mas as comunidades. “As pessoas precisam passar de ser meros observadores e serem protagonistas”, disse, ressaltando que o compromisso dos jovens e das mulheres são essenciais nesse processo.
Sob o lema do fórum, Domaniczky destacou a inciativa de Brasil e Paraguai que, há 45 anos, dividem a Usina de Itaipu. “Dois países-irmãos que viram não apenas um rio que divide, mas um rio que une dois países, para gerar conhecimento e, principalmente, sustentabilidade”, disse.
Também participaram da abertura do fórum no Centro de Eventos Ulysses Guimarães o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Erik Solheim; o gerente de Infraestrutura e Meio Ambiente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), José Agustín Aguerre; o diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) e diretor-executivo do fórum, Ricardo Andrade; o presidente-executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Venilton Tadini; e o presidente da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), Paulo Salles.
Ao final da cerimônia, os Correios lançaram o selo comemorativo do 8º Fórum Mundial da Água.
Edição: Carolina Pimentel