Após um dia tenso, com revoltas e ônibus depredados, um acordo articulado pelo Ministério Público do Trabalho pôs fim hoje (4) à greve dos rodoviários na região metropolitana de Manaus. A paralisação da categoria foi iniciada na última terça-feira (29).
Pelo acordo, os trabalhadores terão reajuste de 5,5% no biênio 2017-2019. Serão 3,5% de aumento referentes ao período 2017-2018 e a inflação relativa ao ano 2018-2019. Os ganhos serão pagos a partir de agosto.
Para resolver a controvérsia entre rodoviários e empresas de transporte urbano, outros pontos foram incluídos no acordo. Foi instituído um limite de R$ 1.500 para o pagamento do sinistro em caso de acidente ou dano provocado pelo motorista, a ser quitado em atê três vezes. O intervalo intrajornada poderá ser fracionado, desde que tenha duração mínima de 10 minutos.
Também foi incluído na norma coletiva de trabalho o regime de 12 horas de atividade por 36 horas de folga. O regime de trabalho intermitente, conhecido como “horista”, foi limitado a 10% da base de trabalhadores, hoje em 8 mil. Este era um ponto importante da pauta da categoria.
Uma das polêmicas era o que seria feito com os dias parados. Os rodoviários queriam anistia, mas cederam ao fim das negociações, e o acordo previu a compensação. Não houve estipulação de prazo. Além disso, qualquer nova discussão em torno da norma coletiva 2018-2019 terá de ser resolvida na Justiça do Trabalho, sendo proibida a deflagração de greves neste período.
Para o procurador-geral do Trabalho de Roraima e do Amazonas, Josinei Dourado, o acordo trouxe ganhos e perdas para os dois lados. “Para o lado dos trabalhadores, foi conquista grande a limitação da contratação no regime intermitente. E por outro lado, empresários tiveram a compensação dos dias parados.”
Protestos
Em razão da greve dos rodoviários, houve diversos protestos hoje em Manaus. Pelo menos 61 ônibus foram depredados.
Edição: Nádia Franco