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Internacional
Publicado em 27/06/2018

Com 301 a favor da rejeição e 121 contra, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos derrubou hoje (27) a proposta de lei migratória do governo do presidente norte-americano, Donald Trump. A votação uniu republicanos, do partido de Trump, e democratas, que fazem oposição ao governo.

A votação ocorreu em meio à polêmica de medidas de Trump que separam pais e filhos de imigrantes ilegais, levando crianças a abrigos sem contato com as famílias.

O último balanço mostrou que havia 51 crianças e adolescentes brasileiros em abrigos norte-americanos. O assunto foi tema ontem de conversas do presidente Michel Temer com o vice-presidente norte-americano Mike Pence.  

O projeto previa a legalização da situação de  1,8 milhão de jovens imigrantes ilegais, conhecidos como "sonhadores", que chegaram ainda crianças nos Estados Unidos, mas também incluía a controvertida construção do muro na fronteira norte-americana com o território mexicano ao liberar US$ 25 bilhões. A votação ocorreu enquanto manifestantes se aglomeravam do lado de fora do Congresso gritando palavras de ordem e críticas ao governo Trump.

Pela manhã, Trump apelou aos parlamentares do Partido Republicano em favor da aprovação do texto. Porém, há fortes resistências entre os republicanos às ações migratórias de Trump.

Manobras

Apesar da derrota do governo, o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, do Partido Republicano (o mesmo de Trump), conseguiu impedir que democratas e centristas forçassem uma votação no plenário sobre este assunto por meio de uma manobra legislativa. Ele evitou a possibilidade de ser colocada em votação uma proposta mais moderada de migração.

O projeto de hoje também incluía uma proposta conservadora para pôr fim à separação familiar na fronteira, um dos temas mais controversos depois que o presidente impôs uma política de "tolerância zero" na fronteira, que provocou a separação de mais de 2.500 crianças dos seus pai, ao chegar em território americano.

A proposta teria anulado o que se conhece como o Acordo Flores, que estabelece padrões mínimos de reclusão e um limite de 20 dias para a detenção de menores.

Edição: Maria Claudia

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