Vários partidos pediram nesta sexta-feira a repetição das eleições realizadas no último dia 25 no Paquistão por suposta fraude e pelos protestos subsequentes, em um pleito no qual o partido Paquistão Tehreek-i-Insaf (PTI), do ex-jogador de críquete Imran Khan, saiu vencedor, segundo os dados preliminares.
"Decidimos voltar para realizar eleições, e que estas sejam regidas pelo princípio da transparência", disse em entrevista coletiva o líder do partido Mutajida Majlis-i-Alam (MMA), Fazlur Rehman.
"Organizaremos protestos em diferentes partes do país até que haja eleições de novo", afirmou Rehman.
O político fez o anúncio após uma reunião de vários partidos em Islamabad entre os quais estava a Liga Muçulmana do Paquistão (PML-n) do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, formação que acaba de encerrar um mandato no Governo.
Junto a ele, o presidente da PML-n e irmão de Nawaz, Shahbaz Sharif, indicou o início dos protestos.
"Acordamos iniciar um movimento e realizar protestos", afirmou Shahbaz.
Em algumas cidades como Peshawar já ocorreram alguns protestos por parte do partido de Rehman.
O país asiático realizou eleições legislativas na quarta-feira após uma campanha marcada por alegações de "interferências" dos militares.
Após a votação, os resultados começaram a atrasar e com isso vários partidos denunciaram que seus representantes tinham sido expulsos de colégios eleitorais durante a apuração de votos.
A missão de observação eleitoral da União Europeia (UE) afirmou hoje em Islamabad que durante o processo eleitoral aconteceu "uma notável falta de igualdade de oportunidades".
Dois dias depois do fechamento dos colégios, a apuração ainda não acabou e faltando quatro cadeiras, o PTI de Khan é o ganhador com 117 das 272 cadeiras da Assembleia Nacional.
A PML-n conta com 64 e o Partido Popular do Paquistão (PPP), presidido por Bilawal Bhutto, com 43.
Khan proclamou sua vitória na tarde de quinta-feira e afirmou que aceitará uma investigação pela suposta manipulação denunciada por outros partidos.