O Kremlin rejeitou neste sábado as críticas internacionais pelo comparecimento do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao casamento da ministra de Relações Exteriores da Áustria, Karin Kneissl.

"Não admitimos as críticas. Putin aceitou de bom gosto o convite" da chefe da diplomacia austríaca, comentou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Putin, que fala alemão, viajou nesta manhã à cidade austríaca de Graz para comparecer ao casamento de Kneissl, com quem inclusive dançou, segundo as imagens divulgadas por veículos de imprensa locais.

"Além disso, aconteceu um breve encontro entre Putin e Kneissl", explicou Peskov, que precisou que a presença do chefe do Kremlin na cerimônia e no posterior banquete se prolongou pelo espaço de mais de uma hora.

"Putin ofereceu um discurso bastante longo em alemão no qual expressou seu agradecimento e sua alegria pela oportunidade de desfrutar da hospitalidade da Áustria", apontou.

A viagem de Putin provocou as críticas de políticos austríacos, da imprensa local e do ministro de Relações Exteriores ucraniano, Pavel Klimkin, que ridicularizou as afirmações da Chancelaria austríaca de que a visita de Putin é privada e que não influenciará na política externa do país.

A Áustria exerce a presidência semestral da União Europeia, posição desde a qual deve mediar no conflito do leste da Ucrânia, assunto que está na agenda da reunião de hoje entre Putin e a chanceler alemã, Angela Merkel.

A Áustria, governada desde setembro do ano passado por uma coalizão entre o OEVP (democrata-cristão) e o ultradireitista Partido Liberal (FPÖ), é um dos países da União Europeia que melhores relações mantém com a Rússia de Putin.

O Governo austríaco foi um dos poucos que não cedeu às pressões de Washington e Londres para expulsar de seu território diplomatas russos em represália pela suposto envolvimento do Kremlin no envenenamento no Reino Unido do ex-espião russo Sergei Skripal e a sua filha Yulia.

Em março, Kneissl ofereceu Viena como lugar neutro para realizar a primeira cúpula bilateral entre Putin e seu colega americano, Donald Trump, embora finalmente os dois líderes tenham se encontrado em Helsinque em 16 de julho.