OLP classifica de "chantagem" decisão dos EUA de cancelar ajuda à Palestina
Internacional
Publicado em 25/08/2018

A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) condenou neste sábado (data local) a decisão americana de cancelar uma ajuda de US$ 200 milhões, inicialmente destinada a financiar programas humanitários em Gaza e Cisjordânia, e considerou que os Estados Unidos fazem "uso da chantagem barata como ferramenta política".

Hanan Ashrawi, membro do Comitê Executivo da OLP, declarou em comunicado que o governo do presidente americano, Donald Trump, "intimida e castiga um povo sob ocupação", e exerce "mesquinharia econômica castigando as vítimas palestinas", ao que acrescentou que "o povo e a liderança palestina não se deixarão intimidar e não sucumbirão à coação".

O governo dos Estados Unidos comunicou nesta sexta-feira sua decisão de cancelar a ajuda econômica para os territórios palestinos, e afirmou que esses fundos serão agora empregados para custear "projetos de grande prioridade" em outros lugares.

Esta medida foi determinada por ordem de Trump, que pediu ao seu Executivo que se assegure que tais fundos sejam utilizados em consonância com "os interesses nacionais", para dar valor ao dinheiro fornecido por seus contribuintes, informou o Departamento de Estado em comunicado.

"Como resultado desta revisão, feita por indicação do presidente, reorientaremos os mais de US$ 200 milhões do Fundo Econômico de Apoio originalmente previstos para o ano fiscal 2017 que deviam financiar programas em Gaza e Cisjordânia", detalha a nota.

O Departamento de Estado indicou ainda que "esta decisão leva em conta os desafios que a comunidade internacional enfrenta na hora de distribuir ajuda em Gaza, onde o controle do Hamas põe em perigo a vida dos seus cidadãos e deteriora sua já terrível situação humanitária e econômica".

Em janeiro deste ano a Casa Branca congelou o envio de US$ 65 milhões que tinham como destinatária a Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA).

A ONU reagiu buscando potenciais doadores que ajudassem a minimizar o impacto da resolução tomada por Washington.

A relação entre a Casa Branca e a Autoridade Nacional Palestina (ANP), que governa na Cisjordânia, vive um momento delicado, especialmente desde que Trump anunciou sua decisão de transferir de Tel Aviv para Jerusalém a embaixada americana em Israel.

Esta decisão levou o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a acusar os EUA de não terem intenção de buscar a reconciliação na região.

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