O governo do Peru declarou nesta terça-feira emergência sanitária, por 60 dias, em distritos da fronteira com o Equador pelo perigo iminente de afetação à saúde e saneamento diante do aumento da migração procedente da Venezuela.
De acordo com o decreto supremo publicado no Diário Oficial "El Peruano", a declaração de emergência entra em vigor a partir da data de hoje nos distritos de Águas Verdes e Zarumilla, na província de Zarumilla, e no distrito de Tumbes, na região de mesmo nome, onde se encontra a passagem fronteiriça com o Equador e os escritórios binacionais de Migrações.
A solicitação de emergência foi apresentada pelo governo regional de Tumbes e pelo Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci), após sua capacidade de resposta ser "ultrapassada" diante da entrada de milhares de cidadãos venezuelanos nos dias anteriores ao último sábado, quando entrou em vigor a exigência do passaporte para entrar no Peru.
O êxodo de venezuelanos chegou ao seu ápice em agosto, quando mais de 5 mil cidadãos desse país chegaram a território peruano em um só dia, incentivados também pela possibilidade de solicitar a Permissão Temporária de Permanência (PTP), que lhes permite trabalhar e residir legalmente no país, e que poderá ser tramitada só até 31 de dezembro.
Com a declaração de emergência, o governo autoriza a região Tumbes e diversos ministérios a executar as ações imediatas e necessárias de redução do "risco muito alto", assim como de respostas e reabilitação caso seja necessário.
O Peru é o segundo país que abriga mais imigrantes venezuelanos, com cerca de 400 mil chegados no último ano, segundo os dados do escritório de Migrações, mas somente 75 mil têm o PTP, enquanto outros 100 mil ainda estão em trâmite.