Cinco anos após surgir na mídia como MC Beyoncé, Ludmilla já firmou seu nome de batismo no mainstream. Mesmo depois de moldar suas letras de funk com teor de "baile de favela" para "rádio de família", seu próximo objetivo é virar a danada da música brasileira. A cantora de 21 anos se rende de vez ao que batizou de "funk pop" e lança nesta sexta-feira (21) o segundo disco da carreira, "A Danada Sou Eu".
"Meu estilo é funk pop. Antes de assinar com uma gravadora eu vivia em um mundinho muito limitado", explica a cantora. Ludmilla foi artista do império do funk carioca Furacão 2000 e chegou a assinar como MC Ludmilla antes de tirar a sigla do nome e assinar com a Warner, onde gravou seu primeiro disco, "Hoje", em 2014. Depois do sucesso da faixa título, virou dona do bordão "é hoje".
Mais confiante do que há dois anos, Ludmilla conta em entrevista ao UOL que o nome do segundo disco foi uma sugestão dela, levada diretamente ao presidente da gravadora. "Sentamos com o presidente para escolher o nome do novo álbum e eu falei: 'Quero que seja 'A Danada Sou Eu''. Ele ficou todo bobo, pois eu nunca vou lá e escolho assim. Agora estou muito envolvida, estou adorando participar de tudo."
Entre batidas dançantes e baladas românticas, o formato repete a fórmula de sucesso de hits como "Hoje", "Não Quero Mais", "24 Horas Por Dia" e "Bom", faixa presente no segundo disco, mas lançada em junho como single. Cinco das 16 faixas (14 no álbum físico e 2 exclusivas no online) levam a assinatura de Ludmilla.
Discreta sobre namoros e vida pessoal, Ludmilla conta que se inspira em situações que acontecem ao seu redor. "Tem uma música que eu não consegui botar nesse disco, mas vai aparecer por aí. É sobre dois bailarinos meus que namoram e que ficam brigando. Ele aparece com mulher, ela chora. Aí eu vou lá e levo ela para a balada. É um vuco-vuco. A música ficou muito maneira. Se chama 'Sem Vergonha'."
Sexy e empoderada depois de algumas cirurgias plásticas e mudanças no visual inspiradas nas divas Beyoncé e Rihanna, a artista ainda não se sente pronta para mudar o foco das suas canções como fez a norte-americana em seu mais recente álbum,"Lemonade".
Ludmilla revela ter escrito sobre temas mais pesados, mas parou por aí. "Cheguei a fazer, mas não mostrei para ninguém, está lá em casa guardado". Apesar de não revelar o tema, a cantora denunciou à polícia comentários racistas que recebeu.
"Hoje faço música para levar a alegria às pessoas, por entretenimento". Seguindo essa linha, Ludmilla diz não se importar com as mudanças pela qual passaram algumas letras para agradar em vez de chocar.
No novo disco, o verso "uma taça de Chandon" virou "uma caixa de bombom" para ser executado em uma rádio infantil. Em "24 Horas Por Dia", faixa herdada da época de MC e adaptada para o disco de estreia em 2014, "putaria" acabou substituída por "agonia". "Tem gente que não gosta de ouvir palavrão, mas que gosta da minha música. Então a gente tem as duas opções."