EUA podem ter revogado 100 mil vistos, diz advogado do Departamento de Justiça
Internacional
Publicado em 03/02/2017

Depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, baixou uma ordem executiva proibindo a entrada nos Estados Unidos de pessoas provenientes de sete países predominantemente muçulmanos, mais de 100 mil vistos teriam sido revogados pelas autoridades de imigração norte-americanas.

A informação foi divulgada hoje (3) por um advogado do Departamento de Justiça do governo americano durante uma audiência em um tribunal do estado norte-americano da Virgínia. A audiência se refere a um caso impetrado pelos advogados de dois irmãos nascidos no Iêmen e que foram forçados a sair dos Estados Unidos e embarcar em voo para a Etiópia.

A revogação dos 100 mil vistos, porém, foi negada após a audiência pela funcionária que lida com assuntos consulares no Departamento de Estado, Virgínia Elliott. Segundo Virgínia, o número de vistos revogados é 60 mil ou menos.

No meio do julgamento, um advogado do Departamento de Justiça disse aos presentes que 100 mil vistos foram revogados. Essa foi a primeira vez que um funcionário norte-americana quantificou o número de vistos cancelados originários de países majoritariamente muçulmanos.

Após o julgamento, porém, Virgínia Elliott disse que 60 mil vistos foram revogados, referentes a pessoas que estão dentro e fora dos Estados Unidos. Isso significa que se um portador de visto incluído nessa lista sair dos Estados Unidos, ele não poderá retornar. O jornal The New York Times informou que nenhum portador de visto cancelado foi avisado da medida. Isso significa que, se realmente não foram avisados, cidadãos dos sete países mencionados na ordem executiva não poderão voltar caso tenham saído dos Estados Unidos.

"Para colocar esse número no contexto, emitimos vistos para mais de 11 milhões de imigrantes e não imigrantes no ano fiscal de 2015", disse William Cocks, porta-voz de assuntos consulares do Departamento de Estado, dando a entender que o número de vistos revogados não é significativo. "Como sempre, a segurança nacional é nossa prioridade máxima ao emitir vistos".

Edição: Fábio Massalli
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