Após resultados abaixo do esperado em 2016, o presidente do Banco do Brasil, Paulo Cafarelli, disse hoje (16) que a instituição projeta crescimento da rentabilidade a partir deste ano até 2019. Segundo Cafarelli, no ano passado, o desempenho financeiro do banco sofreu impacto do desaquecimento da economia e de situações pontuais provocadas pela queda na atividade de grandes empresas e de microempreendedores.
De acordo com Cafarelli, a recuperação deve começar no segundo semestre. “O ano de 2016 foi difícil, mas temos sinais claros de melhora na economia com resultados melhores”, disse o presidente do BB ao apresentar o demonstrativo financeiro da instituição relativo ao quarto trimestre do ano passado. Nesse período, o lucro líquido do banco recuou 61,3%, com R$ 963 milhões, encerrando o exercício com ganho de R$ 8,034 bilhões em 2016, valor 44,2% menor do que em 2015.
Já o lucro ajustado alcançou R$ 72 bilhões e para este ano, a projeção é de atingir valor entre R$ 9,5 bilhões a R$ 12,5 bilhões. Em 2016, a margem financeira bruta cresceu 13%.
De acordo com Cafarelli, a meta é ter um crescimento sustentável com a manutenção das ofertas de crédito sob conceitos conservadores e tarifas mais ajustadas às instituições do setor privado. O executivo, contudo, acredita que uma gradual queda na taxa básica de juros, a Selic, deve levar à queda nas taxas do mercado como um todo.
Linhas de crédito
A carteira de crédito ampliada do BB no ano passado somou R$ 708,1 bilhões ante R$ 798,4 bilhões em 2015, dos quais R$ 179,8 bilhões foram para pessoas físicas, com alta de 3,3% e voltadas paras linhas de menor risco (Crédito Consignado, CDC Salário, Financiamento de Veículos e Imobiliário). Essas linhas representaram 75,5% do total da carteira do banco. Este ano, a carteira de crédito deve crescer entre 1% e 4% e com alta para pessoas físicas (entre 4% e 7%) e para o crédito rural (entre 6% e 9%).
O presidente do Banco do Brasil também destacou que, embora o índice de inadimplência tenha crescido de 2,38% para 3,29%, a taxa ficou abaixo da registrada no mercado (3,7%). Segundo Cafarelli, a capacidade de pagamento no país vai aumentar não só pela melhora das atividades econômicas, mas também pela injeção de cerca de R$ 30 bilhões no mercado com os resgates de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Parte desse dinheiro poderá ser usada em renegociação de débitos.
Reestruturação
Além disso, Cafarelli disse que a política de redução de custos administrativos do banco será mantida, com o fechamento de agências e o aumento das transações feitas por meio de aplicativos móveis. O presidente do banco revelou que a instituição recebeu 9,4 mil adesões ao Plano de Aposentadoria Incentivada, mais da metade do total de funcionários que poderiam ser incluídos no programa.
Edição: Luana Lourenço