A morte de um chinês a tiros pela polícia em sua casa em Paris provocou uma manifestação popular na cidade. Três policiais foram feridos e mais de 30 pessoas acabaram detidas para interrogatórios após os atos populares em frente a uma delegacia nessa segunda-feira.
Mais de 100 membros da comunidade franco-chinesa saíram às ruas do bairro parisiense de Chinatown para protestar contra os acontecimentos. Alguns manifestantes atiraram objetos do lado de fora da sede da polícia e vários veículos foram incendiados durante um confronto com o batalhão de choque.
A vítima, de 56 anos, foi morta a tiros em casa na noite de domingo, diante de sua família, quando policiais foram chamados para investigar uma discussão com um vizinho. A polícia disse que o homem atacou os agentes com uma tesoura, mas a família do homem negou esta versão. Uma investigação foi iniciada para esclarecer as circunstâncias da morte.
O incidente também levou o Ministério das Relações Exteriores da China a convocar um diplomata francês para que este explicasse os acontecimentos. As autoridades francesas devem “esclarecer o incidente” e tomar “medidas eficazes para proteger a segurança, os direitos e os interesses legítimos dos cidadãos chineses”, declarou o porta-voz do Ministério chinês, Hua Chunying.
Versões divergentes – De acordo com a polícia, os tiros contra o homem chinês foram disparados por legítima defesa dos agentes. A família, contudo, discorda.
Segundo os investigadores, “um vizinho chamou a polícia para relatar a presença de um homem andando pelas áreas comuns do prédio com uma faca na mão”. Quando os policiais chegaram ao prédio, viram a futura vítima na varanda de seu apartamento insultando-os. Segundo fontes policias, ao entrarem na casa, o homem apressou-se “para abrir a porta” e atacou um dos policiais, ferindo-o com uma faca
Um de seus colegas, em seguida, atirou para protegê-lo, ferindo fatalmente o agressor, disse a fonte. A família do chinês “nega a história e afirma que ele não machucou ninguém”, disse à AFP o advogado da família, Calvin Job. O homem, que estava com seus quatro filhos no momento da invasão da polícia, estava “cortando peixes”. “Ele não feriu ninguém e não se precipitou para abrir a porta”, declarou o advogado.
A comunidade chinesa na França conta com 300.000 pessoas.