O Ministério da Agricultura encontrou problemas sanitários em oito amostras de um total de 302 analisadas nos 21 frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, afirmou o secretário-executivo da pasta, Eumar Novacki, ao apresentar em Brasília os resultados de uma fiscalização nesta quinta-feira.
Segundo ele, nas amostras com problemas, a maioria em hambúrgueres, a fiscalização encontrou bactérias como salmonela e estafilococos, que podem causar vômitos, diarreias e outros problemas de saúde.
Os problemas nos hambúrgueres foram localizados na empresa Transmeat, do Paraná, com sete amostras contaminadas por salmonela, disse a autoridade.
De acordo com Novacki, por uma especificação técnica, é proibido qualquer tipo de salmonela em hambúrguer. Há mais de 2.600 tipos de salmonela.
Também foram detectadas estafilococos na linguiça produzida pelo frigorífico Frigosantos, situado no Paraná.
Novacki disse que tanto a Transmeat quanto a Frigosantos deverão ser penalizadas, mas ele não entrou em detalhes.
Segundo o secretário-executivo, das 302 amostras, 31 apresentaram ainda algum "problema de ordem econômica", que está ligado à não observância de questões técnicas (excesso de amido em salsichas, por exemplo), que não representa uma deficiência sanitária.
Novacki disse ainda que o ministério iniciou o processo para cancelar o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) de duas unidades do frigorífico Peccin, uma no Paraná e outra em Santa Catarina, e do frigorífico Central de Carnes (Paraná), por problemas identificados anteriormente.
Segundo o secretário, o ministério recolheu tais amostras para que pudesse passar segurança à população brasileira, após a deflagração da Operação Carne Fraca, que apontou irregularidades em unidades de empresas como BRF e JBS.
Ele informou que a PF também está conduzindo outras análises e poderão ser apresentados novos problemas.