O ministro da Fazenda Henrique Meirelles disse na noite de hoje (24), em evento do jornal Valor Econômico no Hotel Unique, na capital paulista, que as privatizações anunciadas pelo governo federal ajudarão no cumprimento da meta fiscal do país, que acumula um rombo de R$ 159 bilhões.
“É um desenvolvimento extremamente positivo, inclusive que garante o cumprimento da meta e dá muito mais segurança a todos, os agentes econômicos, consumidores, e que, de fato, o equilíbrio fiscal está sendo obtido, agora com ajuda e participação importante das privatizações e isso deve dar mais segurança inclusive para a economia continuar crescendo”, disse Meirelles.
O ministro não descartou a chance de aumento nos impostos, mas disse que não há planos ainda. “Se for necessário, terá que ser feito [aumento de impostos]. Agora não há dúvida que as privatizações a princípio diminuem muito e até eliminam essa possibilidade, na medida em que pode ser uma fonte de recursos de fato muito importante”, disse.
TLP
Para o ministro, a aprovação da medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) na Câmara mostra uma vitória importante de um projeto do governo e representa uma boa perspectiva para a aprovação da Reforma da Previdência.
“É importante que este projeto esteja aprovado não só porque ele diminui o subsídio do Tesouro aos clientes do BNDES [Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social], que é importante dizer que isso custou nos últimos dez anos cerca de R$ 100 bilhões. Isso vai deixar de existir e, além do mais, o Tesouro vai ter condições de deixar de ter esse custo no seu orçamento e principalmente na evolução da divida; o BNDES vai ter acesso a captar no mercado livremente no futuro, aumentando a sua capacidade; e dá mais poder ao Banco Central para controlar a inflação com juros menores”, disse em relação à TLP.
Apesar da discussão tumultuada sobre a TLP na Câmara, o ministro está confiante. “Eu acho que deverá ser aprovado, é normal que toda mudança desse porte gere muito debate. Com a [reforma da] Previdência deverá ser mais animado ainda. Nossa expectativa é positiva. O prazo de tramitação no Senado, que é uma casa menor, tende a ser mais rápido”, disse.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, criticou a TLP durante seu discurso no evento e pediu que Meirelles e o presidente Michel Temer reavaliem a questão. “Para retomar o crescimento [econômico] é prioritário o investimento”, disse. Segundo Skaf, a medida é um “desestímulo”.
Edição: Fábio Massalli