O bloco conservador liderado pela chanceler alemã, Angela Merkel, e os social-democratas de Martin Schulz entraram nesta segunda-feira na "prorrogação" das negociações para conseguir um pacto de governo, com discordâncias ainda sobre a mesa.
O calendário fixado antes de começar esta última rodada de negociação previa que o acordo fosse fechado ontem, mas incluía dois possíveis dias extras de reuniões e ambos blocos continuam hoje com suas conversas a portas fechadas na sede do Partido Social-Democrata (SPD) em Berlim.
"Parto da base que hoje podemos acabar; não tenho certeza, mas tenho confiança", declarou à imprensa o dirigente da União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e premiê do estado federado de Hessen, Volker Bouffier, que não descartou que o acordo possa ser apresentando amanhã pela manhã.
"A vontade está aí, acredito que por todas as partes, mas os empecilhos ainda são grandes", ressaltou, por sua parte, Alexander Dobrindt, líder parlamentar da União Social Cristã (CSU) da Baviera, aliada de Merkel.
Os problemas se centram em duas reivindicações do SPD, que quer acabar com os contratos temporários injustificados e garantir a igualdade de tratamento nos seguros de saúde.
Schulz deixou claro ontem que levariam todo o tempo necessário para conseguir um acordo "sólido", requisito imprescindível, em sua opinião, para dar à Alemanha o governo estável de que necessita.
Uma vez fechado o acordo final, este será submetido à votação entre os cerca de 440 mil militantes social-democratas.
Será uma consulta vinculativa e a juventude do SPD e setores da sua ala mais à esquerda já anteciparam sua intenção de fazer campanha pelo "não" a uma nova grande coalizão com Merkel, que veem como causa de seu mau desempenho nas eleições de setembro.