O final das negociações de um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) dará "uma mensagem muito importante ao comércio internacional", no momento em que o mundo assiste à aparição de novos "vestígios" de protecionismo. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (16) pelo chanceler paraguaio Eladio Loizaga, depois de se reunir com seus homólogos do bloco em Assunção. A informação é da EFE.
Loizaga, cujo país ostenta a presidência semestral pro tempore do Mercosul, fez as declarações após o encontro com os chanceleres Aloysio Nunes, do Brasil; Jorge Faurie, da Argentina; e Rodolfo Nin Novoa, do Uruguai.
Todos eles analisaram o estado das negociações entre o Mercosul e a UE, blocos que, segundo Loiazaga, "estão sendo cautelosos" em relação ao acordo de livre-comércio no qual se trabalha há quase duas décadas. Loizaga admitiu que essas negociações estão se dilatando devido ao fato de que se trata de um processo que “não é fácil, com muitos componentes em jogo".
"Temos que chegar a um acordo ou consenso em cada um dos blocos para poder chegar a uma situação que nos permita, em pouco tempo, antecipar politicamente que concluímos este acordo", comentou o chanceler paraguaio.
Quarta economia mundial
Loizaga destacou que o Mercosul é a quarta economia do mundo e que, apesar da demora para o fechamento do acordo com o bloco europeu, "um pacote que se possa assinar com a União Europeia vai trazer uma grande dinâmica" para as relações comerciais internacionais.
Segundo ele, o tratado com a UE "gerará um grande fluxo de investimentos para os países do Mercosul e abrirá um novo mercado para bens. Sobretudo temos a visão que vai contribuir para a geração de empregos", falou.
Apesar de as conversas com o bloco europeu estarem avançado com lentidão e a assinatura do acordo continuar sendo adiada, ambas as partes confiam que vão chegar a um entendimento final o mais rápido possível.
O Mercosul e a União Europeia negociam desde 1999 um amplo acordo de associação que inclua um tratado comercial, mas as conversas estiveram bloqueadas completamente entre 2004 e 2010 e só foram retomadas em 2016.