Durante a visita de João Dória (PSDB) a Taboão da Serra para lançamento de sua pré-candidatura ao governo do Estado na terça-feira da semana passada, outro fato ganhou destaque e criou embaraço nos bastidores da classe política taboanense. Foram às vaias que a presidente da Câmara Joice Silva (PTB) recebeu enquanto discursava.
Como no local só havia aliados do governo Fernando Fernandes (PSDB), a acusação é que as vaias foram orquestradas por alguém muito próximo. Aliás, horas antes do evento, essa informação foi repassada de um vereador ao prefeito, que disse ter ouvido de um amigo, que pessoas estariam sendo ‘compradas’ por cinquenta reais para “ir vaiar uma política” durante o seu discurso, no evento com Doria.
O Taboão em Foco ouviu um áudio em que uma mulher (não identificada) convoca pessoas – com a promessa de pagamento – para irem ao local e vaiar a parlamentar. Essa mulher, acusam, seria ligada a família Nóbrega.
Joice, que publicamente tem evitado polemizar, diz que trata a respeito do tema de forma privada. Soube-se que o tanto o prefeito quanto a deputada Analice, anfitriões da festa, ficaram extremamente irritados.
“Quanto vale uma vaia? Quando ela é paga ou induzida por um pequeno líder aos seus liderados ela não tem nenhum valor! Aprendi que atos de grandeza são para pessoas fortes e capazes de buscar composição e não divisão! A lição que tiro é que para querer construir um futuro tem que aprender AGREGAR. Saio ainda mais fortalecida e com a certeza que estou no caminho certo, com humildade, respeito ao próximo, perseverança e cabeça erguida. Vamos Avante, pois com toda certeza A HISTÓRIA É A GENTE QUE FAZ!”, postou Joice no facebook.
Joice e seus aliados acusam – sempre de forma não pública – o vereador Eduardo Nóbrega (PSDB) e seu irmão Anderson Nóbrega, secretário de esportes de Embu das Artes, de serem os responsáveis pelas vaias.
“A Joice está falando que foi a minha esposa. Isso é mentira. Não nos manifestamos. Ficamos quietos. Na hora (das vaias) ainda abracei ela (esposa) e disse: nós estamos quietos. Posso garantir 100% que não estamos envolvidos. Nem meu irmão. Fiz tudo isso (ficar quieto) e ainda caiu (a culpa) em mim. Não houve ordem e nem temos problemas com ela. Lá na frente [nas eleições de 2020] ainda vamos estar todos juntos”, se defende Anderson.
Eduardo também falou sobre o ato em um post nas redes sociais. “Quero lamentar as vaias dirigidas a minha amiga e vereadora #JoiceSilva, combativa e atuante parlamentar. Deixo claro que não concordo e não compactuo com tal gesto, que não representa a grandeza do evento, repleta de pessoas dignas de aplausos e consideração”, postou.
Antes desta publicação, Eduardo ligou a reportagem onde reforçou suas críticas a quem vaiou a vereadora. “Eu mobilizei pessoas para fazer uma grande festa. E momento nenhum pensei na Joice”, diz.