A polícia israelense interrogou nessa segunda-feira (2), durante três horas, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, suspeito de receber "presentes ilegais", informou um porta-voz policial ao fim do depoimento. A informação é da Agência France Press (AFP).
"Não podemos dar qualquer detalhe neste momento", disse o policial ao fim do interrogatório, feito na residência de Netanyahu.
O Ministério da Justiça confirmou que o primeiro-ministro foi interrogado pela unidade "Lahav 443" da polícia de combate à corrupção. Netanyahu é "suspeito de ter recebido presentes de empresários", segundo o ministério, que confirma pela primeira vez as informações da imprensa nesse sentido.
De acordo com o Ministério da Justiça, informações de que o primeiro-ministro ganhou passagens para viajar ao exterior "de maneira sistemática" por parte de pessoas com dinheiro, que também lhe deram presentes, não provocaram "uma suspeita razoável de crime que justifique a abertura de investigação judicial".
Em sua página no Facebook, Netanyahu negou todos os fatos e acusou seus opositores políticos e alguns meios de comunicação de querer "fazê-lo cair não em eleições, como prevê a democracia", mas com uma campanha contra ele.
A legislação israelense prevê que qualquer membro do governo contra o qual pese uma acusação de corrupção deve renunciar.
De acordo com a imprensa, empresários israelenses e estrangeiros teriam oferecido a Netanyahu presentes de valor estimado em milhares de dólares. Se os fatos se confirmarem, o primeiro-ministro pode ser acusado de "abuso de confiança".
A imprensa também fala de um segundo caso que pode abrir caminho a acusações mais graves de corrupção, mas não divulgou detalhes.