Número de roubos e furtos explode em distritos da região central de São Paulo
Notícias geral
Publicado em 30/05/2017

Os números de roubos e furtos tiveram uma explosão em cinco distritos policiais da região central entre janeiro e abril deste ano, na comparação com igual período de 2016. Os dados, da própria Secretaria da Segurança Pública, sob a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB), mostram que os crimes contra o patrimônio tiveram um crescimento muito acima da média da capital no centro.

 

Os roubos em geral tiveram aumento de 2,6% na capital como um todo. Já na área compreendida pelo 1º DP (Sé), 2º DP (Bom Retiro), 3º DP (Campos Elíseos), 4º DP (Consolação) e 77º DP (Santa Cecília), o crescimento foi de 29,5%. Na mesma área, o aumento nos furtos foi de 32%. Na capital, 10%.

 

Na cidade como um todo, os roubos e furtos de veículos tiveram queda (-9,1% e -4,7%, respectivamente). Nesses cinco distritos da região central, porém, houve alta acentuada de janeiro a abril, de 35,7% e 35,1%, respectivamente.

 

Muito próximos uns dos outros, os distritos formam o "miolo" da capital, em uma área entre as avenidas do Estado e Pacaembu, na parte interna da marginal Tietê. Todos são vizinhos da cracolândia. Os dados são anteriores à megaoperação da polícia na região.

 

CELULAR

 

A polícia também notou o crescimento. Segundo o delegado seccional responsável pela área central, Marco Antônio Novaes de Paula Santos, 38% dos roubos praticados na região têm como objetivo exclusivo o celular.

 

"São presas de dez a 20 pessoas todos os dias", diz. Santos diz que a área central é onde estão os receptadores e que essa proximidade tem estimulado o crime. "O caminho é mais curto, menos arriscado e o dinheiro é certo", afirma o delegado.

 

Ele diz que o crescimento dos blocos de carnaval no centro também colaborou para o aumento nas estatísticas de roubos da região. Sobre os roubos e furtos de veículos, Santos diz que uma quadrilha descobriu esse filão na região, até então quase inexplorado, e que o desafio é encontrar rotas usadas por ela.

 

A reportagem do "Agora" flagrou o furto de um celular na tarde de ontem na esquina da avenida Duque de Caxias com a alameda Barão de Limeira, nos Campos Elíseos, na Santa Cecília (região central). O ladrão tentou fugir, mas foi detido pela população, segundos depois, na rua Conselheiro Nébias, na República (região central).

 

O crime aconteceu pouco depois das 17h. O vendedor Adailton de Castro, 46 anos, puxava uma mala de rodinhas com uma mão e segurava o celular com a outra, quando foi alvo do bote certeiro. "Não deu tempo de fazer nada", afirmou.

 

O ladrão aparentava ter menos de 20 anos. Vestia camisa xadrez, calça jeans e não dava sinais de ser usuário de crack, embora o roubo tenha acontecido a 200 m de onde hoje está a maior concentração dos usuários de crack, na praça Princesa Isabel.

 

Durante a fuga e sob os gritos do povo para que parassem o ladrão, o ladrão deixou para trás uma faca com uma lâmina de 20 cm –recolhida por um ciclista.

 

O celular foi entregue por comerciantes à vítima. O ladrão foi entregue aos PMs, que orientaram o vendedor a ir com eles até o 3º DP (Campos Elíseos) para registrar o flagrante. O
vendedor está assustado com a situação no centro. "Na sexta-feira, uma amiga do serviço foi pega por um ladrão aqui perto da estação Santa Cecília."

 

BANCAS DE JORNAL

 

Bancas de jornais da avenida Rio Branco, nos Campos Elíseos (região central), têm sido alvo de furtos e roubos. Segundo os proprietários, os ladrões são usuários de crack, que estão perto dali, na praça Princesa Isabel.

 

Em abril, reportagem publicada pelo "Agora" mostrou que há uma onda de furtos a bancas na capital.

 

Na quarta-feira, a banca de Antonio José Santos, 56, foi arrombada e ele perdeu mercadoria. "Levantaram a porta com uma madeira e levaram doces e até uma escada." A banca fica a 50 metros do 3º DP (Campos Elísios).

 

Na mesma calçada, em outra banca, o jornaleiro Santos Magalhães, 72, se atracou com um ladrão e evitou um assalto anteontem. "Era um 'noia' que tentou roubar o dinheiro na gaveta. Ele veio para cima, mas falei que iria puxar uma faca. Ele me soltou e fugiu", afirma.

 

RESPOSTA

A Secretaria da Segurança Pública, sob a gestão Geraldo Alckmin (PSDB), diz que, entre janeiro e abril, somente em operações realizadas pela 1ª Delegacia Seccional (centro), 318 pessoas foram presas. No período, a unidade recuperou 521 celulares roubados e furtados. "Cabe destacar que houve queda nos índices de crimes contra o patrimônio no último mês na capital. Na cidade, houve redução de 1,06% nos registros de roubos em abril –de 12.767 para 12.632. Também foi verificada uma redução de 1,97% nos furtos em geral, de 14.791 para 14.499", afirma, em nota. A secretaria diz que o patrulhamento preventivo e operações especiais são planejados pelas polícias com base em critérios como populações residente e flutuante, além de índices criminais. "As regiões centrais, por registrarem grande fluxo de pessoas, possuem uma incidência maior de crimes contra o patrimônio, como os roubos e furtos." Segundo a secretaria, a PM recebeu 92 novos policiais para reforçar o policiamento na área.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!

Chat Online