O ex-senador boliviano refugiado no Brasil Roger Pinto Molina morreu nesta madrugada no Hospital de Base de Brasília após uma parada cardiorespiratória. Molina sofreu acidente aéreo sábado passado (11) depois de decolar com a aeronave Excel, de matrícula PUMON, do Aeroclube de Luziânia (GO).
No Twitter, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) lamentou a morte do boliviano. “É com pesar que comunico o falecimento do grande amigo senador boliviano Roger Pinto Molina”, escreveu.
Em 2012, Molina recebeu asilo na Embaixada brasileira na Bolívia, onde passou mais de um ano, alegando ser perseguido político, por ter feito denúncias contra o governo de Evo Morales. Molina, então senador de oposição ao governo boliviano, entrou no Brasil em 2013 depois de uma travessia controversa, com o auxílio do diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que agiu sem autorização do Itamaraty.
Com a ajuda de Saboia, Molina percorreu mais de 1.600 km em um carro da Embaixada rumo ao Brasil. O episódio culminou na saída do então chanceler Antonio Patriota, que foi substituído por Luiz Alberto Figueiredo Machado. Já Saboia, que assumiu ter comandado a operação de fuga sem o aval do Itamaraty, foi punido com 20 dias de suspensão.
Na época da fuga do ex-senador, o governo boliviano acusou o Brasil de descumprir normas de direito internacional. Em agosto de 2015, O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) aprovou a concessão de refúgio a Molina. Assim, conseguiu o registro nacional de estrangeiro, podendo permanecer no país. Em janeiro do ano passado, a coluna de Lauro Jardim noticiou que o ex-senador passou a trabalhar como piloto de helicóptero.