SÃO PAULO - A Justiça de São Paulo decidiu, nesta quinta-feira, que Roger Abdelmassih seja encaminhado ao Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, na Zona Norte da capital. O ex-médico, condenado a 181 anos de prisão por estuprar pacientes de sua clínica de reprodução assistida, está em regime de prisão domiciliar para tratamento de saúde.
Abdelmassih foi internado no último dia 7, no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital paulista, após ser diagnosticado com uma super bactéria, segundo seu advogado, Antonio Celso Fraga.
Naquela semana, a juíza Sueli Zeraik Armani, da 1ª Vara de Execuções Criminais de Taubaté, determinou que o ex-médico voltasse a cumprir sua pena em regime fechado porque o governo do estado de São Paulo havia cancelado o contrato com a empresa que fornece e monitora as tornozeleiras eletrônicas. A defesa do ex-médico, no entanto, entrou com recurso e o desembargador Ronaldo Sério Moreira da Silva concedeu liminar determinando o retorno de Abdelmassih à prisão domiciliar. Ele recebeu alta no último dia 15.
Na decisão desta quinta, da 6ª Câmara de Direito Criminal do TJSP, o juiz afirma que o uso de tornozeleira eletrônica era necessário para a concessão da prisão domiciliar do paciente e que “com a impossibilidade da continuidade do monitoramento eletrônico impunha-se o retorno de Roger Abdelmassih ao cárcere”.
Em 2010, Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão (depois, a Justiça reformaria a sentença para 181 anos) por 48 estupros de 37 pacientes, que recorreram a ele para se submeter a tratamentos de fertilização. Antes do processo, ele era considerado uma das maiores autoridades em reprodução assistida do país.