BELÉM – Um barco com cerca de 70 pessoas a bordo naufragou na madrugada desta quarta-feira, 23, próximo às localidades de Ponta Grande e Maruá, no Rio Xingu, entre as cidades de Porto de Moz e Senador José Porfírio, no sudoeste do Pará.
Dez corpos haviam sido encontrados até as 18 horas desta quarta, segundo a secretaria de Estado de Comunicação. O comandante da embarcação, uma criança e uma adolescente de 15 anos estão entre as vítimas. Cerca de 40 pessoas ainda estão desaparecidas e outras 25 foram resgatadas por ribeirinhos da região.
O barco "Capitão Ribeiro" não estava legalizado para fazer o transporte passageiros, porque não tinha registro fornecido pela Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon).
Segundo comunicado da Arcon, a embarcação pertence à empresa Almeida e Ribeiro Navegação Ltda e realizava “transporte clandestino de usuários”.
Embora tivesse sido notificada pela fiscalização da Arcon no dia 5 de junho passado para que providenciasse a regularização, nenhum diretor da empresa compareceu ao órgão público. Ou seja, ela continuava irregular, mas navegando normalmente pelos rios da região.
Resgate. Embarcações de resgate estão no local. O barco foi içado do fundo do rio e o trabalho se concentra na entrada dos mergulhadores para fazer uma varredura na tentativa de localizar pessoas presas dentro de compartimentos da embarcação.
Segundo os bombeiros, o barco teria sido atingido por forte temporal quando navegava por uma área onde a profundidade alcança 30 metros.
De acordo com informações da polícia de Porto de Moz, somente 25 vítimas do naufrágio teriam chegado com vida às margens do Xingu, sendo resgatadas por moradores ribeirinhos.
O barco Capitão Ribeiro partiu do município de Santarém com mais de 70 pessoas a bordo e tinha escala nos municípios de Monte Alegre e Prainha e destino final em Vitória do Xingu.
Em nota, a Marinha do Brasil disse que enviou o navio-patrulha “Bocaina” e a Lancha Balizadora de Mar Aberto “Marco Zero” ao local para realizar buscas e coletar informações preliminares.
"Um inquérito administrativo foi instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente", diz o órgão.
A Marinha diz, ainda, que a embarcação que naufragou está inscrita na Capitania Fluvial de Santarém e se solidariza com as famílias das vítimas.
A polícia abriu inquérito e deve começar ainda nesta quarta-feira a ouvir os sobreviventes que foram levados para um ginásio da cidade de Porto de Moz. Peritos do Instituto Médico Legal começaram a fazer a autópsia das vítimas cujos nomes ainda não foram divulgados pela polícia.
Outro naufrágio
No dia 2 de agosto, um empurrador da Transportes Bertollini colidiu com um navio da Mercosul Lines, próximo ao Porto de Óbidos, no Pará.
Duas pessoas conseguiram se salvar e foram levadas à Santarém. Outras nove continuam desaparecidas.
Na última quarta-feira, 16, terminou o prazo dado pela Defesa Civil do Pará para que as empresas envolvidas no naufrágio apresentem o plano de buscas pelos desaparecidos e retirada da embarcação do fundo do rio Amazonas. Até agora nada foi definido.