Vigilantes do DF entram em greve, e funcionamento de bancos é afetado
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Publicado em 01/03/2018

Responsáveis pela segurança de diversos órgãos públicos e agências bancárias, vigilantes e seguranças ligados ao Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv-DF) paralisaram suas atividades. A greve geral foi decidida na noite de ontem (28), durante assembleia geral. De acordo com o sindicato, a decisão, unânime, tomada pela categoria, se deve ao fato de as empresas de segurança estarem aproveitando a reforma trabalhista para cortarem direitos históricos, "com o único propósito de aumentarem ainda mais os seus lucros”.

Segundo o presidente do Sindesv, Paulo Quadros, “toda a responsabilidade dessa greve é dos empresários”. A principal reivindicação dos vigilantes é que os salários e os tíquetes alimentação sejam reajustados em 7% e que seja mantida a Convenção Coletiva de Trabalho em vigor.

“O problema é que nenhuma negociação com eles [empresas] avança. As empresas querem apenas aproveitar a nova legislação para retirar direitos que há 25 anos estão em nossas cláusulas. Chegaram ao ponto de propor reduzir quase pela metade o nosso tíquete [de R$ 34 por dia para R$ 17 por dia], em troca de uma cesta básica mensal, que custa R$ 30 no mercado. Para piorar, querem pagar feriados como dia normal de trabalho”, explicou Quadros à Agência Brasil.

Ainda segundo o sindicalista, os empresários querem acabar com o plano de saúde de seus empregados. “Imagina só, fazer isso com profissionais que exercem uma atividade de alta periculosidade e que envolve tantos riscos. É realmente inaceitável que façam isso apenas para aumentar ainda mais o alto lucro que já detêm”, acrescentou.

Febraban

Greves como essa costumam ter reflexo no funcionamento de bancos e de órgãos públicos em geral. Levantamento inicial feito pelo Sindicato dos Vigilantes do DF aponta que 100% das agências bancárias e 70% dos órgãos públicos não funcionarão por falta de seguranças. “Nos hospitais, apenas as áreas de psiquiatria e maternidade terão nossos seguranças, porque são áreas que requerem maiores cuidados”, informou o sindicalista.

Por meio de nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que, de acordo com a lei, os responsáveis por manter os vigilantes nos postos de trabalho são as empresas de segurança, cabendo a elas, portanto, fazer a negociação com os trabalhadores. “Vale reforçar que a população tem à sua disposição canais alternativos para realizar operações bancárias, como caixas eletrônicos, internet banking, mobile banking, banco por telefone e correspondentes”.

A Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil informaram não ter, até o momento, detalhes sobre os reflexos da greve em suas agências.

Contatado pela Agência Brasil, o Sindicato das Empresas de Segurança Privada (Sindesp-DF) não comentou o assunto. Segundo a assessoria do Sindesp, "não há um posicionamento formal das empresas de segurança sobre a greve".

Das 20 agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no DF e na região do Entorno, duas já apresentaram até o momento problemas por conta da greve. A do Plano Piloto só pôde abrir com uma hora de atraso, às 8h, após a chegada de um efetivo de seguranças. De acordo com a assessoria do INSS, a agência encontra-se bastante cheia, mas funciona normalmente. Em Planaltina, a agência chegou a abrir, mas teve de ser fechada após os seguranças abandonarem o posto. Apenas os clientes que já estavam no interior da agência serão atendidos. O INSS ainda está fazendo um levantamento sobre as demais unidades.

Edição: Fernando Fraga
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